31/08/2016






“Relógio de parede VII

 

 

 

No meu relógio de parede eu vejo a vida,

No movimento dos ponteiros, ir passando...

Chego a ter dó de mim, choro bastante, quando

Tento contê-los, em patética investida.

 

Em vão, tento arrancar os três do mostrador,

Tento estancar o tempo, à toa, inutilmente...

Chego a xingar, na sala quieta, em meu furor,

Quem foi que fez objeto assim tão resistente.

 

Então me valho de um martelo!... Finalmente

Me certifico de que a imunda velharia

Não vai mais badalar impune, novamente!...

 

O meu relógio velho agora é pura escória;

Mas não de todo me livrei de sua anarquia

Seu tique-taque não me sai mais da memória!