Há sempre um homem a sós, nesta rua...
Já deves tê-lo, talvez, encontrado;
Que toda noite fica olhando a lua,
E ao se banhar de luar, sonha acordado.
Que tem um jeito estranho, um ar distante,
E não é louco, embora assim pareça...
Leva a crer, nada tem mais importante,
Que uma porção de sonhos na cabeça.
Que conversa com as estrelas e as flores,
Que explana sutilmente as maravilhas,
E faz a escuridão se encher de cores.
Faz do encanto a ocupação predileta,
Tem versos por filhos, rimas por filhas,
Não é louco nem vagabundo, é um poeta!