“Antagonismo II”
Eu sou quase o poente, e és a alvorada;
Sou quase derrota e tu és a vitória;
Sou quase despedida, e és a chegada;
Tu és o presente, e eu sou quase memória...
Eu sou quase noite, e és dia de sol;
Sou quase disforme, e és rara beleza;
Sou quase entardecer, e és o arrebol;
És convicção, e eu sou quase a incerteza...
Eu sou quase sombra, e és fonte luzente;
Eu sou quase cinza, e és lenho viçoso;
És nívea estrela, e eu sou quase cadente...
Sou quase infortúnio, e és cheia de sorte;
Eu sou quase um traste, e és um bem precioso;
És sopro de vida... e eu sou quase morte!...