29/12/2015






“Quem Ousar”



Componho versos, de uma forma rotineira,
Mesmo sabendo que são poucos que vão ler;
Alguns dirão: “ - Não vale a pena, é pura asneira!...”
Mas quem ousar, dificilmente irá esquecer...

Serão capazes de escutar o meu lamento,
Vão pressentir, que em cada sílaba há um gemido...
Que ao meio deles há um tormento diluído,
Que em cada rima se conforma o desalento.

Ao ver minha alma a contorcer-se, hão de tremer
Seus corpos frágeis regelados de pavor,
E desejar livrar-se deles, na lixeira...   

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Nesse momento, nada mais podem fazer
Para afastar-se desse quadro aterrador,
Que a atormentá-los, vai durar a vida inteira...





“Bondade”



Adoro espelhos... Pois me mostram como eu sou,
Todas as rugas, o cabelo esbranquiçado;
(Embora mostrem que me encontro em mau estado;
Que para o além, passado pouco tempo, eu vou!...)

Bem longe deles, me imagino diferente,
Não vejo um traste, feia peça de antiquário;
Me vejo belo, muito jovem e atraente...
Não é correto, pois eu sou todo ao contrário...

Adoro espelhos, por que contam a verdade;
Eles jamais me mostrarão moço e bonito;
Quem teve a idéia de inventá-los?... Que “bondade”!...

(Ao vir aqui, vou me ver neles toda vez!...)
Queria tanto conhecer esse bendito:
Como inventor ele nem sabe o bem que fez!!!...



“Maldade”



Odeio espelhos... Pois me mostram como eu sou,
Todas as rugas, o cabelo esbranquiçado,
(Deixam bem claro que me encontro em mau estado;
Que para o além, passado pouco tempo, eu vou!...)

Bem longe deles me imagino diferente,
Não como um traste, como peça de antiquário;
Me vejo belo, muito jovem e atraente,
Tudo que sempre a mim revelam, ao contrário...

Odeio espelhos por que contam a verdade,
Quando deviam me mostrar moço e bonito;
Quem teve a idéia de inventar essa "maldade"?...

(Me prometi não me ver neles outra vez!...)
Nem vale a pena conhecer esse maldito:
Como inventor ele nem sabe o mal que fez!!!...