16/01/2018











“Artifício”



Eu sou aquele que verseja em profusão,
Como se fosse um hábil vate, bom poeta...
Que, em devaneios, vara insone a noite quieta,
Que perambula por veredas de ilusão.

Eu sou aquele que transforma em poesia,
Os travos de amargura, o riso mais sem graça,
A dor mais lancinante, a fugaz euforia,
(E embora passe o tempo!...), a angústia que não passa.

Deus foi quem me fez forte, deu-me esse artifício,
Para não sucumbir ao peso desta lida,
Para aplacar meus males, meio à tal suplício.

As vezes em que escrevo os versos, como agora,
Vou recobrando o alento, e a alma agradecida,
Caprichosa, as mazelas, vai jogando fora!